1º
Desafio - Olhar o quadro da sala
de aula e… ver com a imaginação!
Era uma vez um quadro!
Esse quadro era muito importante!
Num certo dia foi
removido. Quando chegou à sua nova residência cruzou-se com outro colega quadro
e teve muita pena dele porque esse quadro já estava muito velhinho. Instalou-se
em Torres Vedras, na Escola Secundária Henriques Nogueira, na sala B1-05.
Colocaram-no na parede, e logo travou a primeira amizade, com a parede mais
próxima.
Certo dia, começou a
escola, e ele estava muito bonito, vestido de branco e muito alegre. Viu muitos
meninos e também várias professoras. Mas, se teve a sua primeira amizade, teve
também uma amizade oponente, que foi a caneta, a caneta preta, que, quando lhe
tocava, o deixava sujo e deselegante. Ficou rapidamente mascarrado. Na altura,
ficou um bocado triste, mas sabia que tinha que estar disposto a trabalhar e
isso implicava enfrentar adversidades. E trabalhou sempre com alegria, abraçado
à sua amiga parede que nunca o deixou entristecer.
José Fernando
É branco
Está sujo, com manchas negras
Está encostado às paredes, que dão as
mãos ao teto
Serve para desenhar palavras
Tem metal prateado à sua volta
Está abraçado a um candeeiro
Que o ilumina e que fala com ele
Olha pelas janelas e vê o mundo
Luís Cortês
Nele vejo vários dias a
passar e a deixar marcas em forma de manchas.
Ele está abraçado à escola
através das paredes do teto e do chão, que são os seus braços.
Sem ele, víamos menos e
sabíamos menos.
Nele, vejo manchas de
tinta mal apagada!
Sebastião
O quadro está sujo. Mas é
uma sujidade cheia de coisas para descobrir. Eu vejo um cavalo à solta, a
passear pelo parque verde. Montado no cavalo, vejo um cavaleiro que salva a
linda princesa Bianca, quando está prestes a ser raptada pelo dragão, gigante,
preto e com riscas. O quadro branco parece-me um écran de cinema.
Miguel
Vejo um simples quadro
branco, que fala com um projetor, que fala com as luzes, que falam com a
parede. Enfim, ouço uma enorme tagarelice quando olho este quadro.
Parece-me que passou sobre
ele uma pulga carregada de micróbios e pegou a peste ao nosso quadro branco.
Mas… um simples apagador pode fazer desaparecer letras, números, desenhos, e
também a peste. Que bom! Ele pode ficar, de novo, um quadro branco radioso,
como um sol tão intenso que perde a cor.
Beatriz
Era uma vez um quadro
muito jovem, branco e com manchas negras. Tinha apenas três amigos, de quem
gostava muito: o écran, a quem puxava por uma manga quando queria conversar; a
parede, que era o seu apoio; e a fita de metal que o rodeava e com quem andava
sempre de mãos dadas.
O quadro e os seus amigos
viviam numa sala, onde também morava o 8º B. Quando não estava ninguém nesse
lugar, estes amigos comentavam uns com os outros que a turma era um bocado
barulhenta, mas gostavam da sua companhia, e ficavam tristes quando os jovens
iam embora.
Como eles não eram mais do
que um quadro, uma parede e uma fita de metal, os dias passavam assim, sempre
iguais. E eram bons!
Ricardo
O quadro tem manchas –
marcas de um apagador, que apagou frases e contas que alguém registou.
Fica por baixo de um pano
enrolado que, ao desenrolar-se, o cobre. Nesses momentos, têm conversas
infinitas sobre muitos saberes, que alguém aí vai registando.
O quadro costumava ter um
suporte onde repousavam as canetas; mas não se davam bem, ele e o suporte. Este
estava sempre a sair dali, ao mínimo toque de alguém. Agora, o quadro está
sozinho!
O quadro guarda muitas
memórias das turmas que passam pela sala onde mora, das histórias que ali
acontecem, e das pessoas que nele escrevem.
Ele é muito respeitador,
pois está sempre na parte da frente da sala e olha-nos nos olhos.
Esteve sempre de mão dada
com a parede e gosta tanto da sua sala que nunca a abandonou. Ali conheceu
mesas, cadeiras e muitos outros objetos, e todos são os seus melhores amigos.
Ana Rita
Prepara-se uma guerra sem
salvação! Há guerreiros das trevas, com cobras venenosas, num quadro mágico,
branco. Imagino-o com mil palavras e muito poderoso, porque as palavras são
poderosas, e delas fogem muitas pessoas, aflitas. Preparam as malas, e o
dinheiro, e fogem pelo mar, mas este está cheio de tubarões. Não há fuga possível?
Eis que surgem os espíritos bondosos, em luta contra o mal. E ganham, e no
final recebem uma estatueta com um pelicano gravado.
Rodrigo
Um quadro branco com
manchas pretas parece um dálmata, que está encostado à parede a descansar.
Este dálmata nasceu de uma
explosão causada por um cientista, que estava a tentar clonar dálmatas. Criou,
no entanto, uma “coisa” quadrada, branca, com manchas pretas. Pensou que podia
ser o início de uma raça de cães gigantes; mas … este não se move!
Alexandru
Vejo um quadro branco com
os braços a agarrar a parede. Imagino que, à noite, no Inverno, sai para apanhar
chuva e lavar-se, ou poder apreciar um belo céu estrelado.
Emanuel
Numa sala de paredes
brancas, há um quadro que, aparentemente, não é mais do que um simples quadro
branco. Mas, àqueles que tiverem a fantástica capacidade de o olhar com olhos
de ver, este transmite emoções… como o cansaço de estar sempre sozinho, e a
trabalhar sem se mexer, ou a tristeza de não poder sair do mesmo sítio.
De repente, começo a
visualizar nele algumas medalhas e, para além de me parecer uma peça jovem e
clara, afigura-se-me ser um cenário de romance e traição das diversas mulheres
de Luís de Camões.
Neste momento, o quadro
começa a mudar de feições;… vê-se nele a época medieval, com pessoas a apanhar
peste negra e a andarem desesperadas de um lado para o outro!
Lúcia
Os melhores amigos são o
quadro e a parede porque não há ninguém que os separe. Hoje, o quadro vestiu
uma camisola branca com alguma sujidade, mas o seu amigo abraçou-se a ele, para
não ficar triste com a sua camisola preferida suja de óleo. A amiga parede ficou
com o coração cinzento por ver o seu grande amigo a chorar. Mas… a parede
acendeu a luz e teve uma ideia! Comprou-lhe uma camisola nova, tão branquinha
como a neve acabada de cair!
Bernardo P.
O quadro é novo e está
encostado à parede por quem está apaixonado. Nele podemos desenhar, escrever
poemas, libertar a imaginação.
O quadro é branco e puro,
e as manchas são uma forma de expressar o seu amor. Esconde muita magia: ora
com palavras de tristeza, que logo se apagam, ora com palavras de alegria, de amor
e de felicidade, que teimamos em fixar.
Com ele muita gente
aprendeu, e ele nunca se queixou, porque aquele quadro só tem amor para dar.
Isabella
O quadro é branco. Está
encostado à parede e abraçado a uma fita prateada. Está vestido de branco, com
manchas negras e alguns autocolantes. Parece uma pintura!
Se nos distrairmos, por um
instante parece-nos um dálmata!
Diogo
Era uma vez um menino
chamado Gervásio Alexandre!
Tinham acabado as férias e
era dia de irem à escola conhecer o novo professor. Quando lá chegou, ficou
assustado e surpreendido, e com vontade de rir, porque o professor era um
quadro. Tinha cara de quadro e estava todo sujo. Começou então a explicar que
teve uma aula de CFQ e teve azar com uma experiência meio maluca. Este
professor apresentou-se com uma moldura de ferro à volta da cara, muito limpa,
apesar da explosão.
Este professor era muito
rígido, mas simpático também; era um craque a Português, como se conhecesse um
mundo inteiro de palavras; parece-me que entrou no curso de línguas com média
de vinte.
Disse-nos que os seus
animais preferidos são as formigas, e que está sempre acompanhado da formiga
rainha, que é muito grande, chegando a ter cinco centímetros.
Aqui têm o meu professor
preferido!
Bernardo F.
Dá carinho às paredes.
Está sujo, mas é dele que
sai o saber.
Fica manchado de tanto
ensinar.
Tem um contorno prateado;
com um candeeiro por cima,
para se destacar;
e um melhor amigo agarrado a si,
pois tem medo de estar
sozinho.
Tem parafusos a segurá-lo,
para não cair
quando está nervoso, ou
quando é fotografado pelo projetor.
As suas manchas parecem
andorinhas… livres…
Como o pensamento!
Maria